Hoje, 19 de agosto, a Fotografia completa 171 anos. No ano passado falei sobre a história dessa arte com luz, que já era conhecida pela humanidade há quase 2.500 anos; hoje, em comemoração à data, darei inicio a uma série que mostra algumas câmeras que foram importantes para que hoje, nos anos 10, possamos estar aqui com nossas câmeras portáteis e automáticas. O texto foi adaptado de um artigo da revista Obvious.
Construir um aparelho fotográfico já foi uma atividade artesanal que requeria grande paixão e entusiasmo. Mas hoje em dia, habituados a ver as pequenas câmeras compactas produzidas em larga escala, olhamos com um sorriso condescendente para as primeiras tentativas de construir a caixa mágica que capturava as imagens numa chapa de vidro. No início do século XIX, quando a fotografia dava os seus primeiros passos, vários construtores se lançaram nessa árdua tarefa. Com muitas dificuldades, muito engenho e também alguma ingenuidade, produziram máquinas absolutamente fascinantes que, longe de nos fazer sorrir, deviam, pelo contrário, suscitar a nossa admiração.
Os primeiros modelos, antepassados dos modernos aparelhos, eram grandes e pesadas caixas de madeira polida com aplicações em metal. Representavam a essência da técnica fotográfica: uma abertura com uma lente que dirigia a luz para o fundo da câmara escura onde se encontrava uma chapa de vidro com a emulsão. As primeiras emulsões, daguerreótipos, calótipos ou colódio úmido, eram ainda pouco sensíveis à luz. Somente no início da década de 1870 começaram a aparecer as primeiras chapas utilizando gelatina. Foi também por essa altura que aumentou a sensibilidade das emulsões e, conseqüentemente, a sua rapidez.
Essas chapas possuíam grandes formatos e alojavam-se dentro das caixas através de uma ranhura com encaixe. "Rebobinar" era então uma operação demorada e delicada, e até cansativa, devido ao peso do material. Para transportar a câmera, o conjunto dos acessórios e o número de chapas suficiente para fotografar, geralmente era necessária uma carroça puxada por um animal (não esqueçamos que a essa altura o automóvel ainda não tinha sido inventado).
Mas os imaginativos fabricantes da época tinham noção da pouca funcionalidade destes pesados equipamentos, e não descansaram enquanto não encontraram soluções mais práticas e rápidas. Surgiram então câmeras portáteis com outros suportes de captação de imagem (discos, filmes em rolo, etc.) e de tamanho mais reduzido. Também a madeira foi sendo progressivamente substituída pelo metal, ganhando-se leveza e robustez. É possível vermos até em alguns destes modelos fortes semelhanças com as compactas actuais. Existem esforços de miniaturização verdadeiramente comoventes, como as câmeras com forma de relógio ou de revólver.
Abaixo, algumas imagens de câmeras da época:
Câmera microfotográfica Dagron - 1860
Câmera Bourguin - 1845
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9 Comments:
Gustavo Osmar santos
Estuvo aquí..wonderfull.
quem diria que as maquininhas que hoje cabem dentro de uma caneta, um dia foram caixas enormes...
E ai jah comprou o jipe?
Que? Sou estudante, Everton, não sobra $$$ pra comprar jipe :p
apartir dessas fotos que a gente acaba vendo como a camera fotografica evoluição muito...
por que automatique?
o que?
esse automatique vem de onde?
por que recebe esse nome automatique?
e você, vem de onde?
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