Na categoria das ferramentas mais mal-compreendidas, o histograma certamente ocupa seu lugar entre os primeiros da lista. Algumas pessoas dizem que não conseguem viver sem; outras, sequer imaginam para que serve e como utilizá-lo na hora de fotografar.
Pois bem: para esclarecer de uma vez o que são histogramas e como decifrá-los, escrevi este artigo. Pegue sua câmera e vamos aos testes!
> PARA QUE SERVE, AFINAL?
Um histograma pode nos dar muitas informações, como:
Um histograma pode nos dar muitas informações, como:
- se a imagem foi exposta corretamente
- se o tipo de luz era dura ou suave
- quais ajustes funcionam melhor em sua câmera
> TONS
Gama tonal é o nome da região onde a maioria dos valores tonais se encontra. A gama tonal pode variar bastante de uma imagem para outra; portanto, desenvolver um conhecimento acerca de como os números se transformam em valores de brilho é essencial. Não existe um modelo de histograma ideal a ser seguido - cada histograma deve, simplesmente, seguir a gama tonal que o fotógrafo pretende transmitir.
Existe um mito que diz que para a exposição estar correta o gráfico do histograma deve criar uma montanha simétrica (semelhante ao exemplo abaixo), e que se as colunas tenderem para a esquerda ou para a direita a foto sairá super ou sub-exposta. Mas é preciso lembrar que algumas cenas jamais atingirão uma representação como a do gráfico acima. Acontece, por exemplo, quando você enquadra paisagens noturnas ou cenas com predomínio de tons claros. O gráfico irá tender para a esquerda ou para a direita, inevitavelmente, e nem por isso a exposição correspondente será incorreta.
Aqui a imagem está com uma boa exposição: os registros estão distribuídos por todo o histograma, os detalhes das partes escuras da imagem foram preservados
Ainda que haja concentração de dados à esquerda do histograma, esta foto também está bem exposta: é possível ver os detalhes das sombras
> CONTRASTE
Um histograma também pode descrever quanto contraste há numa determinada imagem. Contraste é a medida da diferença de brilho entre as áreas claras e escuras de uma cena. Histogramas largos são típicos de cenas com bastante contraste; histogramas estreitos resultam de imagens com menos contraste, que podem parecer achatadas e sem-graça.
O contraste alto ou baixo pode ser determinado por uma combinação de fatores de luz e sujeito. Assim: fotos tiradas em condição de neblina ou fumaça terão baixo contraste; fotos tiradas sob sol forte, por outro lado, terão contraste muito mais alto.
O contraste alto ou baixo pode ser determinado por uma combinação de fatores de luz e sujeito. Assim: fotos tiradas em condição de neblina ou fumaça terão baixo contraste; fotos tiradas sob sol forte, por outro lado, terão contraste muito mais alto.
O contraste pode ter um impacto visual muito grande se o objetivo é enfatizar texturas (como é o caso da imagem acima, por exemplo). A imagem em alto contraste tem sombras mais profundas e brilho mais pronunciado, criando texturas que saltam aos olhos do espectador.
A medida do contraste também pode variar de acordo com a região de uma mesma imagem, se houver diferentes condições de luz e sujeito nela. Observe a imagem abaixo:
A região ao topo contém mais contraste que as outras, pois a imagem é criada a partir da luz que é refletida diretamente dos objetos. Isso produz sombras mais profundas logo abaixo do barco, e brilhos mais fortes nas áreas acima e expostas. As regiões do meio e de baixo são inteiramente produzidas por luz difusa, luz refletida pela superfície da água, e por isso têm menos contraste - como se a foto fosse tirada sob neblina.
A região de baixo tem mais contraste que a do meio (apesar de apresentar um céu com um único tom de azul), porque ela contém uma combinação de sombra e luz intensa do sol. As condições de luz na parte de baixo criam brilhos mais acentuados, mas mesmo assim ela não apresenta as mesmas sombras profundas que a região do topo. A soma dos histogramas das três regiões produz o histograma geral (abaixo).
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